domingo, 13 de dezembro de 2009

Os Presépios no Natal

A palavra presépio significa um lugar onde se recolhe o gado, curral, estábulo. Contudo, esta também é uma designação dada à representação do Menino Jesus num estábulo, acompanhado por sua mãe Virgem Maria, seu pai S. José e uma vaca e um burro; às vezes acrescentam-se uns pastores, umas ovelhas, alguns anjos e os três Reis Magos.
Os Presépios são expostos em Igrejas e também em casas particulares ou em alguns locais públicos. Os primeiros presépios surgiram em Itália, no século XVI, o seu surgimento foi motivado por dois tipos de representações da Natividade (do nascimento de Jesus): a plástica e a teatral. O nascimento de Jesus começou a ser celebrado desde o século III, data das primeiras peregrinações a Belém, para se visitar o local onde Jesus nasceu. Desde o século IV, começaram a surgir representações do nascimento de Jesus em pinturas, relevos ou frescos.
Passado nove séculos, no século XIII, mais precisamente no ano de 1223, S. Francisco de Assis decidiu celebrar a missa da véspera de Natal com os cidadãos de Assis de forma diferente. Assim, esta missa em vez de ser celebrada numa gruta, que se situava na floresta de Greccio (ou Grécio), perto da cidade. S. Francisco transportou para essa gruta um boi e um burro reais e feno, para além disto também colocou na gruta as imagens de Menino Jesus, da Virgem Maria e de S. José. Com isto, o Santo pretendeu tornar mais acessível e clara, para os cidadãos de Assis, a celebração do Natal, só assim as pessoas puderam visualizar o que verdadeiramente se passou em Belém durante o nascimento de Jesus.
No século XV, surgem algumas representações do nascimento de Jesus, contudo, estas representações não eram modificáveis e estáticas, ao contrário dos presépios, onde as peças são independentes entre si e, desta forma, podem ser alteradas as vezes que se quizer. A característica mais importante de um presépio e a que mais facilmente permite distingui-lo das restantes representações da Natividade, é a sua mobilidade, o presépio é modificável, neste com as mesmas peças pode recriar-se os diferentes episódios que marcam a época Natalícia. No que se refere a Portugal, não é nenhum exagero dizer que aqui foram feitos alguns dos mais belos presépios de todo o mundo, sendo de destacar os realizados pelos escultores e barristas como os de Machado de Castro e António Ferreira, no século XVIII.


Presépio da Igreja da Madre de Deus - Lisboa


Presépio de Machado de Castro (séc XVIII) -Sé de Lisboa



Presépio Napolitano


Presépio nos nossos dias

Actualmente, o costume de armar o presépio, tanto em locais públicos como particulares, ainda se mantém em muitos países europeus.

Contudo, com o surgimento da árvore de Natal, os presépios, ocupam cada vez mais,  um lugar secundário nas tradições Natalícias.


Texto realizado por:
Gonçalo Fernandes e João Henriques

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